- Como me tornei uma comissária de iates
- A vida como comissária de iates de luxo
- VÍDEO: Amiga, estou em um iate em Abu Dhabi!
Por Luana L.
Resolvi postar um pedaço de texto extraído do livro de Martha Medeiros para a gente pensar na vida:
Quantas pessoas têm vidas interessantes e se arriscam como no texto? Já posso dizer com tranquilidade que fiz TODAS as coisas citadas por ela como interessantes. Claro que posso citar algumas mais se pensar um pouquinho, como viajar sozinha, falar com pessoas que não conheço, isso aliás que mudou minha vida quando estava nos EUA.
Na minha última vida, de 2009 a 2010, quando voava pela Azul como comissária de vôo, estava insatisfeita, odiava pegar o avião e ficar o dia todo pelo país para cima e para baixo em voos domésticos. Chegava a passar mais de 9 horas voando, lidando com pessoas grosseiras, mal educadas, que te tratam como se você estivesse ali literalmente para servi-los… Foi então que depois de um ano e meio nessa correria (sendo que quando entrei acreditava que aquilo era o que eu queria) não aguentei mais a pressão. Os colegas de trabalho reclamavam muito também, uns porque eram viúvos da falecida Varig, a real companhia aérea dos tempos áureos da aviação, outros porque só estavam mesmo descontentes com tudo. Resolvi sair. Isso mesmo, minha mãe disse, se está insatisfeita saia, não tem nada te prendendo, ninguém depende de você. Meu pai já foi um pouco contra, emprego, carteira assinada, estabilidade, largar tudo assim? Algo q você queria por anos…
Pois é, recebi dos meus chefes seis meses de licença, naquele momento estava realmente com o emocional instável. Dormia um dia a noite toda, no outro trabalhava a noite toda, no outro entrava no avião às 6 da manhã tendo acordado às 4 horas e saía de avião às 3 da tarde, para no dia seguinte estar novamente às 6 da manhã no aeroporto… Ufa, muito cansativa essa vida. Realmente nada a ver com a aviação do passado.
Saí, fiquei um mês em casa e comprei uma passagem de ida pros EUA, sem saber muito bem o que ia fazer. Cheguei lá na casa de um amigo, pretendendo ficar “uns dias”. Assim que cheguei em Miami adorei, cidade com a mesma infraestrutura que havia vivenciado na Austrália (outra aventura que contarei um dia), mas um povo diferente, muito latino. Adorei a cidade, bem mais segura que o Brasil. Claro que não é perfeita, mas muito linda e cheia de novidades. Foi aí que comecei a procurar um emprego, mas claro, meu visto não me permitia trabalhar em lugar nenhum legalmente.
Então em uma noite, na parada de ônibus chegou um menino me pedindo informações, eu ainda com um inglês meio enferrujado falei que não conhecia muito por ali e ele respondeu em português de Portugal – Tu és brasileira? rsrsrs e começamos a conversar, sempre o primeiro assunto; – Oque você faz aqui? Ele respondeu que trabalhava em iates e eu logo quis saber mais sobre isso. Ele me contou que nos barcos com bandeira de fora dos EUA era permitido trabalhar, sem problemas, pois era considerado território estrangeiro, mesmo estando em águas americanas. Bem aí foi o inicio de minha vida nos iates.
Agora, a falta que a aviação me faz… A liberdade de embarcar FOR FREE sempre que tivesse vontade, estar cada dia em uma cidade… quando eu queria, claro, não pela escala, pois aí era uma tortura =)
Bem, a minha experiência de recomeçar, de não me acomodar em algo que não estou muito feliz e satisfeita me traz alguns benefícios (tem coisas ruins também). Hoje não tenho medo de pegar um avião e morar em outro lugar, recomeçar para mim é a melhor coisa que pode acontecer, alias todo dia é um recomeço em nossas vidas. Por que reclamar????
Gostei da novidade, bem bacana esse conteúdo.Vou vir mais vezes aqui conferir. Se tiver algum conteúdo a mais pode enviar no meu email. Um Abraço