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Por Vanessa Toshie
Voar com cachorro:
Quando decidimos viver essa nova experiência em Orlando, eu e meu marido tínhamos uma certeza: nosso cachorrinho, Yudi, iria junto.
A partir de então, começamos uma frenética busca por mais informações sobre como fazer o transporte de cães para o exterior.
Começamos pesquisando as documentações necessárias, já que cada país tem suas regras e exigências sanitárias. No caso dos Estados Unidos, o cão só precisa estar devidamente vacinado contra a raiva. A vacina pode ser dada até 30 dias antes do embarque do animal. Além disso, um veterinário precisa atestar que o cão está em perfeitas condições de viajar e fornecer as informações necessárias para o Ministério da Agricultura expedir o CZI (Certificado Zoosanitário Internacional).
Além de todos esses atestados, é necessária também uma caixa de transporte especial, adequadamente ventilada e grande o bastante para o animal ficar sentado, conseguir girar sem nenhum problema e ainda se deitar normalmente. Essas caixas precisam ser homologadas pela IATA (International Air Transport Association) ou Associação Internacional de Transportes Aéreos, em português, que é a associação que regula o envio de carga viva via transporte aéreo.
Com todas essas informações em mãos, fomos atrás das companhias que faziam o transporte internacional de animais e descobrimos que todas elas só permitiam cães de pequeno porte viajando na cabine com seus donos. Nesse caso, a caixa com o animal deve caber debaixo da poltrona e ter um peso limite, que varia de companhia para companhia (o peso máximo que vimos ser aceito era de 9kg). A taxa aplicada nesse serviço é bem em conta, mesmo sendo cobrada em dólar.
A segunda opção, para cães de portes maiores ou mais pesadinhos – como o Yudi que tem 11kg -, era a de levar como bagagem despachada. Ou seja, era só pagar uma taxa de bagagem extra (também em dólar) e o cachorro iria no mesmo voo que o nosso, só que no bagageiro, junto das malas. Essa hipótese não pareceu muito interessante, já que não saberíamos como ele reagiria, mas ok, já que as opções estavam acabando.
Foi quando que, em mais uma das milhares de pequisas que fizemos, descobrimos que a raça dele, lhasa apso, fazia parte das raças restritas para viajar no bagageiro. Essa é uma restrição recente aplicada por todas as companhias para animais braquicefálicos, ou seja, de focinho curto.
Ficamos devastados. Já não tínhamos mais para onde correr ou com quem falar. Nessa hora já tínhamos uma certeza: ele não viajaria no mesmo voo que o nosso.
Essa informação foi como um banho de água fria. As opções estavam se esgotando e o tempo passando. A gente tinha que achar outra opção, e logo.
Ligamos para mais algumas companhias aéreas, buscamos mais informações na Internet e descobrimos a última possibilidade: dele ir em um avião de carga especialmente preparado para fazer o transporte de animais vivos. Só que nesse caso, não dependia só do nosso trabalho. Teríamos que contratar um despachante alfandegário para lidar com todos os trâmites burocráticos. E lá fomos nós pesquisar de novo.
Nesse meio tempo, conversamos com a veterinária, pois estávamos bem receosos com o fato dele ser de uma raça que tinha predisposição a ter problemas respiratórios durante a viagem, mas ela nos tranquilizou dizendo que essa prática é muito comum e que ele estava liberado para ir como carga, desde que não fosse sedado, pois pode ser perigoso, principalmente para os animais de focinho curto.
Mais tranquilos, continuamos nossa busca e descobrimos que existem algumas empresas especializadas em importação e exportação de animais vivos e achamos interessante.
Conversamos com algumas, pesquisamos as avaliações, fizemos cotações e escolhemos uma empresa que não só fazia o transporte, como também dava toda assessoria com documentação, confeccionava a caixa de transporte sob medida e de acordo com os requisitos da IATA, cotava e comprava a passagem aérea, fazia a reserva na companhia e fazia o bendito do despache alfandegário.
Convenhamos que ter uma pessoa que já conheça o “caminho das pedras, nos ajudou a poupar tempo, trabalho e cabelo, já que estávamos fazendo de tudo um pouco e ao mesmo tempo. O valor total, no nosso caso, ficou em torno de R$ 4 mil, mas o gasto pode variar de acordo com cada empresa e com o porte do animal.
Nosso único trabalho foi enviar os documentos, levar o Yudi até os resposáveis pelo embarque e depois buscá-lo no aeroporto de destino.
Infelizmente o trajeto é cansativo para o cachorro. Nessa companhia e nesse trajeto, foi mais de um dia de viagem. Por outro lado, para acalmar o coração dos donos que ficam ansiosos, a companhia aérea fornece um código de rastreio que permite acompanhar pela Internet os horários de decolagem, parada e chegada. Além do mais, a companhia garante que tem veterinários disponíveis em cada parada para assegurar que os animais estejam bem.
E a empresa que contratamos nos passou toda credibilidade e tranquilidade que precisávamos. Eles forneceram até mesmo um número de telefone para perguntarmos qualquer coisa, caso tivéssemos dúvidas, e para avisar quando o Yudi chegasse.
No fim, o Yudi chegou bem, a companhia aérea garantiu que o Yudi se alimentasse corretamente durante todo o trajeto e ainda cuidou da higienização da caixa.
Foi super rápido e fácil fazer a retirada dele. Fomos até o setor de cargas da companhia aérea aqui em Orlando e assinamos alguns documentos. Como o despachante já tinha cuidado de tudo, não precisamos fazer nada. Em alguns casos, é cobrada uma taxa de armazenamento, mas o valor é baixo (cerca de U$ 20).
Resumindo, deu tudo certo e gostamos muito dos serviços prestados.
Voar com cachorro: Informações complementares
– Trajeto: São Paulo (GRU) –> Houston (IAH) –> Orlando (MCO)
– Tempo de viagem: 30 horas entre entrada no aeroporto de origem e retirada no destino
– Companhia aérea utilizada: United Airlines (pograma PetSafe)
– Empresa contratada para exportação: Carga Viva Export
– Valor médio gasto: R$ 4 mil (passagem + caixa + assessoria)
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Olá, boa tarde! Tudo bem?
Tenho algumas dúvidas em relação ao processo que vc publicou em seu post, segue:
Em alguns post li que quando levamos animais ao Estados Unidos, temos problemas com alfândega pois podem achar que estamos indo para morar la, vc teve alguma dificuldade em relação a isso?
A companhia levou seu cachorro ao mesmo tempo que vc estava viajando ou vc ja contou etava la nos Estados Unidos?
Como você conseguiu ir morar em orlando? você tem cidadania americana? Eu tenho cidadania portuguesa, será que posso morar nos Estados Unidos por um tempo se quiser? entrei aqui porque tenho um maltês e fiquei curiosa pra saber como transportar caso eu queira ir ou consiga ir.