Por Márcia Smaniotto
Prédios antigos, telhados de ardósia, ruelas medievais, um rio banhando a cidade e a imperdível catedral Notre Dame de Strasbourg.
Passei o mês de maio de 2011 viajando pela França e redondezas. Voltei revigorada, feliz, animada e cheia de ideias. A maior delas? Voltar pra lá.
Existem algumas coisas nesse mundo que eu não entendo nem quero entender, mas creio que o que mais me perturba é tentar imaginar como fica a cabeça de uma pessoa que não viaja. Eu poderia estender o significado da palavra ‘viajar’ para suas demais conotações, mas vamos ficar só no seu significado puro. Conhecer lugares, culturas, histórias… respirar novos ares. Talvez isso seja a melhor receita de aprendizado sobre a vida e o mundo.
Mas vamos lá… falar sobre o que interessa. Ganhei a viagem de presente de formatura e escolhi a França porque é um clássico. Ainda mais para uma arquiteta. Meu roteiro foi escolhido aleatoriamente, nada programado. Eu tinha mais ou menos em mente o que eu pretendia fazer e alguns lugares que gostaria de conhecer, mas fui decidindo minhas paradas ao decorrer da viagem.
Comecei por Strasbourg, fronteira com Alemanha (no leste da França, região da Alsácia). Peguei um TGV (Train à Grande Vitesse – trem de alta velocidade) partindo de Paris e a viagem foi linda e tranquila, apesar de toda tristeza e sofrimento que eu estava sentindo pela perda de um amigo querido, Daniel Boeira, em um acidente de carro um dia antes da minha partida.
PARTE 1: STRASBOURG
Vale a pena viajar durante o dia pra ir olhando as paisagens e sentindo toda a poesia que emana daqueles campos, plantações e vilas. Lindo de morrer. E mais lindo ainda foi chegar de noite na Gare Est de Strasbourg, projeto da über arquiteta Zaha Haddid. Pra deixar qualquer vivente de boca aberta. Peguei um táxi e cinco minutos depois estava no meu hostel.
A cidade é tudo de bom. Tem cara de Europa, sabe? Prédios antigos, telhados de ardósia, ruelas medievais e um rio banhando a cidade. Aquele cheiro de primavera no ar.
Mas o que me reduziu a pó foi a catedral. Fiquei chocada, cho-ca-da. Estava tão na pilha que nem me informei direito do que tinha pra conhecer em cada lugar, e quando dei de cara com aquela coisa inexplicavelmente linda e grande, quase caí pra trás. Faz a Notre Dame de Paris parecer igrejinha de bairro. Ainda tive a sorte de estar lá na hora exata da missa da manhã de domingo, em homenagem ao Papa João Paulo II. Fiquei e foi um espetáculo, com direito a música sacra cantada pelo padre.
Depois da missa saí pra caminhar e conhecer a cidade, andei pelas ruas, babei nas construções de enxaimel e fiz o passeio de barco pra ver e sentir aquela delícia de lugar. Me deliciei com o contraste do velho com o novo, da tecnologia com a tradição. Strasbourg é limpa, florida, cheirosa. As pessoas são educadas, e o sistema de transporte público urbano é um luxo. Pra onde se olha tem uma ciclovia LINDA, que além de sombreada pela arborização é respeitada pelos pedestres. Cada um fazendo sua parte e a cidade funciona que é uma beleza! (vá pra lá e tire a prova de que isso não é papinho de urbanista)
Funciona tão bem que aluguei uma bicicleta na Gare D’Est e fui pedalando com toda a segurança até Kehl, na Alemanha, cidade vizinha. Foi uma delícia! Recomendo muito. Aproveitem e façam compras lindas por lá, como eu fiz.
Dá pra conhecer Strasbourg inteira a pé, ou com a ajuda de uma bicicleta. O aluguel é barato e elas tem cestinhas, o que facilita muito o transporte de bolsas e sacolas.
Sobre hospedagem: peguei um apart hotel bem ótimo, o nome é Cap Europe. Tem tudo perto e o preço é ótimo. Meu quarto tinha cama de casal, banheiro com chuveiro e uma mini-cozinha com fogão, pia, frigobar e louças. Um luxo pra quem passou o resto da viagem em hostels.
Eu poderia passar a vida falando só daqui, mas o post vai ficar muito comprido.
Em seguida, peguei um trem de volta para Paris com destino a Chamonix, meu objetivo principal. Leia no próximo post.
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